JOAN MIRÓ

JOAN MIRÓ
JOAN MIRÓ

terça-feira, 7 de outubro de 2014

MAR,MAR, MAR - verbete glossario etimo


Corpo hirto em um esquife :
esta uma definição de morte
( ou da morte?!).
Não um definir somente,
mas um definhar também
com rumo de demonstração 
através da ciência cênica do deus Thanatus
versus ciência cínica do homem do vulgo,
vulto transtornado em médico e monstro
na parede iluminada à vela.
Vela padrão.Cefeidas.
Vela no cais do porto
enfunada pelo ventre do vento
em veleiro velado.
Alaúde, Alaide, para a elegia
de Maria de Lourdes, minha mãe!
Alaúdes!
Um ataúde
não é uma alaúde.
O alaúde é um instrumento melódico
da família dos cordofones
e a música do alaúde
cabe na alma do mel;
por isso, a  melodia,
de-dia e noite-e-dia
toca à Via Sacra
que terminou para Maria de Lourdes Gribel,
porém continua para mim
no alaúde que pude 
por em arranjo de aliteração
ao modo Cruz e Souza de trinar, doutrinar.
Toca alaúde, Alaíde,
para Maria de Lourdes
viva em virtude,
agora em mansuetude...
de arroio que brinca de saltar pedras
nas perdas da madugada.
O ataúde que, no árabe grafado,
também aponta para a substância da madeira,
matéria em celulose,
é feito para guardar morto
desatado do contorno melódico,
mas ainda atada ao lúdico,
mesmo o mais módico
que chega  a beirar
o beiral do silêncio,
no qual pousa um cantochão
distante algumas jardas de mosteiros,
 abadias frias dadas em côvados covardes
e conventos, que há de convir,
são cenóbios,  casas cenobiais, monastérios,
lugares para vida contemplativa
daqueles monges com face de terra
e daquelas monjas que amam a Deus
sendo reciprocados 
pelo amor de Deus,
ó  amados e amadas,
que o são no sal da vida sã, santa, sanada...
- O alaúde tem abelhas
tecelãs terceiras da Ordem das avelãs e amêndoas
e  do mel que doa da lã melódica,
lânguidas, longas melíferas colmeias...
lançadas do cântico do alaúde
que eleva a alma da minha mãe
ao espírito que se esvazia
nos foles de Deus, do céu,
os  quais se expandem em plenos pulmões
com a música da sanfona ou acordeão
que acorda o acordo
na corda musical do pacto
que o senhor mandou sangrar
para poder assinar
com o sinal de sina do arco-íris
que conta ariris em neblina matinal
pelo grito nos céus
acima de telhado gris
que rebaixa os anis
ao nível dos homens vis.
Alaúde, Alaide, para prantear
o passamento de minha mãe,
 Maria de Lourdes,
senhora dos alaúdes,
- que eu a nomeio assim
com minha autoridade de homem livre.
Entrementes, se é a  vida da minha mãe
que me escapa pelas frinchas dos dedos
no tempo serpenteado pelas areias
divididas na ampulheta do homem
e soltas no Relógio de Areia do cosmos constelado,
tal qual um Adão com costela,
no período das águas,
com a clepsidra humana
separando águas de tempo,
- Nos instantes de luz,
que fazer e a quem instar?!
A que deus?!
A que lua, a que loa, 
- a que ladainha recorrer?
se o tempo em minha mãe
se transmutou em pedra
e de tempo involuiu para templo
tal qual o sangue do Mar Vermelho do corpo.
Posto o morto,
no caso, a morta,
a que porto
irá aproar, Eloá?
Em que momento soçobrará?!...
Posta a morta
a que porta
baterá?
À porta torta do batel
- que naufragou
e nem tinha porta
ou porto seguro
Aonde atracar?!...
Onde ir fugindo, à deriva...
O ataúde atou o corpo
de minha mãe
e o arrastou "redemoinhando"
para os subterrâneos
onde há Hades
e há-de haver catacumbas,
rio Estiges, barcas e Carontes.
O ataúde tocou-lhe a alma de alameda longa
que subiu aos céus
para encontrar um reino
todo dela,
todo mãe,
pronto e à espera
de sua soberana,
desde o rasto na areia
dos pés do primeiro tempo

em que ela pisou
na cabeça da serpente,
que é a vida :
mixórdia ou mescla de peçonha e remédio.

Mas se haverá céu e céus
nas acepções das palavras
para além dos azuis,
- o que não haverá
 senão todo o impossível?

No céu que creio
está o sol
plantado com se fora
um olho ciclópico,
o mar embaixo a remar

na preamar, baixa-mar...(mar!)
e o luar encimando...- tudo,
porquanto  os deuses saem e entram em mim
assim como emergem as ervas da terra,
as víboras das tocas...
 
Deus deixa a caverna
que tenho dentro de mim;
sai silente com  o querubim e o serafim
da sua comitiva divina,
com seu séquito angélico,
tal qual saem corujas, mochos e morcegos
de seus valhacoutos.
A única fé que tenho,
trago-a em mim;
a única razão em que creio
e com a qual mensuro e conto
está dentro de mim :
o resto é xarope de groselha
para inglês beber.

Minha mãe faleceu;
no entanto,  metade do corpo dela
( corpo vem com água de alma e alga,
espírito de fogo)
foi deixado de legado vivo
em meu corpo,
pois a outra metade do meu organismo
pertence ao meu pai,
continuando, pois, o casamento deles
a viger dentro do meu corpo.
No que creio
é que minha mãe
que acaba de falecer
tem uma metade em mim
que a morte não pode levar
nem com seu exército bilionário de bactérias,
- pois metade do seu corpo
( e no corpo vai alma em água
e espírito em fogo)
ela me deixou de legado vivo :
- a metade do corpo que fora dado a ela
na herança genética.
Na outra metade do meu corpo
vive meu pai,
ambos casados
em corpo, alma e espírito
dentro de mim!

Do exposto, depreende-se que a metade
que foi pasto das bactérias comensais
pertencia a ela
- que teve que morrer pela metade,
pois a morte não se completa
senão depois de largo ciclo de vida
quando a outra metade morre
em todos os filhos e netos,
bisnetos,  tataranetos...
- e vai gerações! quase sem fim
a cavaleiro do fim. 

Ao ver minha mãe no "sarcófago",
contemplei pela terceira vez
a minha própria morte,
ainda de posse da consciência-corpo
que me faz recordar
da minha existência 
- até o dia do Senhor,
quando meu corpo for desconectado
do aparato vivo  da natureza
e minha memória corporal
fugir pela janela
Através de uma rede de falenas
Que levarão minha memória consciente,
A qual multiplica o milagre
De abrir minha consciência
No encadeamento de atos e fatos
Que constituem o tempo:
O tempo do ser é o presente,
- o resto é tempo sem  ser.

Antes do passamento de minha mãe
assisti meu passamento em minha  avó 
e posteriormente em meu pai...
 
Toca, Alaíde :
Toca alaúde...
Ficheiro:The musicians by Caravaggio.jpg
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terça-feira, 1 de julho de 2014

MAR DE OMAR, MAR DE OMAR! - verbete glossario wikcionario



Mosteiro de Santa Maria das Júnias

Não espero o tempo
Porque o tempo é ser
E sem o tempo não sou
nem serei  face à estrela matutina,
nem face teria,
pois o futuro
não é  tempo
porquanto não tem ser
por substrato :
futuro é mera ficção verbal
expressão para designar o nada,
que atende ao “logos”
no modo de dizer o grego
do heleno que viveu
deu seu ser ao mundo
em tempo de Magna Grécia
quando o homem
para se manter gregário
naquelas ilhas esparsas pelo mar
agregava-se pelo vigor e rigor do pensamento
em língua que logo levou ao “logos”
e daí à lógica do filósofo
o estagirita egresso da Academia
antes de fundar o Liceu
onde perpetrou suas lições,
fundamentou suas ilações
e implantou a filosofia
em seu acabamento final.
O “logos” se rebaixou no verbo do latim
tirante a jasmim de mim
plantado no ar do meu olfato
que busca um fato
até na metafísica
presente ou em ser
na doutrina da química,
da mecânica em asas de mariposas
na chuva em  chuá
que  cai no anjo da enxovia
de onde alguém em cela
medita e obtempera algo
que nasce na alga
com a qual sonha
em  mar ao longo oblongo
da  costa do amor
que segue por caminhos de marimbondos,
entes de corpos oblongos
cujo nome se originou
da fala do tupi
que tudo fala
mas nada diz
porque um povo que diz
mais  do que narrar uma estória
que  se encontra  em uma lenda
cuja forma vem em tradição oral,
diz do mito
que é o princípio do conhecimento
grafado em forma de história,
então  historiologia,
que é o tecido da mente
já presente ( ou em ser)
nos primórdios da evolução
quando o “logos”
eivado de lógica
aborda os princípios do conhecimento
e funda a gnoseologia,
dá face à ontologia,
liberta-se na epistemologia
e se compraz na ética,
conhecimentos fundamentes
depois que o idioma funda a historiografia
para embasar o rumo do pensamento historial
vedado às mentes infantis
ou dos primatas do filo dos orangotangos,
avestruzes, peixes-boi, cabras-montesas,
cães-de-caça, mastodontes extintos
e todos os entes extantes.
( Uma língua nasce e perece
Lambendo o homem
Que a fez calar, falar, cantar
E deu-lhe corpo estrito escrito :
É um cão e um rio
A beijar o homem
Com o riso do ser
E o líquido da água
Que fez Heráclito de Éfeso
Pensar  para a urbe e o orbe).

Nunca aguardo o tempo :
- eu o vivo,
Ovo vivo,
 por Trás-os-Montes
onde há um couto encravado
Entre-Douro-e-Minho
E com o rio Douro
A chuá chá
Na chávena do álveo:
Rio Torto
De rito torto a direito.
No tempo sou
E faz do tempo
O meu corpo
Uma alma
Que invade as terras
Do Couto de Ervededo
Que põe o dedo
Na ferida da Correição,
Que era o que era
A província de Trás-os-Montes(Trás-os-Montes!),
Que, a bem da verdade,
Não trazia os montes,
(Nem os trago eu,
Na tragada do cigarro ou da cerveja),
Nem tampouco os levava ao Couto,
Mas  sim à Correição
Levava os considerados malvados,
Homens que se comportam
Quais meninos traquinas
( isso não é permitido politicamente,
No direito, que é política em pó de leite0,
-pois, por seus  crimes
Em apontamentos nos Códice Penais
Levá-los-ão ao alazão do Corregedor
Cuja função precípua
Era (puáh!) corrigir o mundo
Dos homens lusos
Ou difusos,  cafusos
Que luziam com a lanterna da vida
A pegar fogo por dentro
-  antes de serem  instituídos por lei
De homens livres
em  corpo de bombeiros,
Que é  dos bombeiros,
Enquanto homens individuais, de fato;
Todavia , sob lei, passam à  corporação,
Porquanto são assim  de direito,
O que não é direito,
Mas torto e sinistro
Ainda os destros inatos;
Ou seja,  se são capital de Corporação,
podem ser queimados
Nas fogueiras das inquisições extemporâneas remanescentes...
Para onde os enviam o estado de direito
Em cumprimento de dever  (de casa!,
Caso não saiba),
Batendo o martelo das bruxas
À sinistra do juiz
De fora da realidade
Por sua inexperiência,
 subserviência conivente rapaz
e outros predicados .
Por causa dessa fragilidade
Aqui, na terra da Veracruz,
Onde Vera é uma meretriz de raiz,
Embora existam mulheres virtuosas
Sob tal nome,
Carregando por Cristo ao calvário ( Caveira)
A cruz pesada da terra,
Enxugando-lhe a face torturada  com Verônica,
Que são tantas mães, esposas, irmãs,
Nesta Sociedade do Pau ( Pua-Brasil),
Que põe os meninos inocentes nas celas
E soltam os ladrões e assassinos
Para que possam conquistar o poder na terra.
Entretanto e  sem embargo dos espinhos finos,
Da coroa de espinhos,
Diademas dos reis reais,
Que por aqui grassa em peste endêmica,
Pelas terras das  freguesias
 e  Concelhos de Portugal
O tempo se tornou ser
Ao se  latifundiar e minifundiar
 por terras afins dos sem fins,
para lá dos confins,
Ao se  encostelar , para dormir a sono solto
com as freguesias portuguesas,
com as quais se amasiaram demasiadamente,
Como no caso que foi
Com  Soutelinho da Raia
( freguesia extinta),
Vilar de Perdizes, Cambeses do Rio,
Pitões da Júnias,
Onde nasceu o Mosteiro de Santa Maria das Júnias,
Nome grego tão discutido por exegetas
E  filólogos de peso elefante
Após leitura acurada da Epístola de Paulo aos Romanos.
Deus salve os hermeneutas voadores,
Nefelinatas  com batas, máscaras e capas, sobretudo;
- Sobretudo sobrestados e sobresaltados!
Assaltados, se tanto.

 Hoje é tempo
A correr escorreito
 pelas cachoeiras em águas heraclíticas
E  a se fixar ao solo,
No torrão de terra
Sobre o qual nascemos
E estamos assentes
Até que a morte venha
E mate com um xeque-mate
Milhares de Xeques árabes
E o gentio miserável
Que povoa o globo
Em Póvoa de Varzim
Peregrina a meio caminho
Entre os rios Douro e Minho,
Que é Minho,
Mas não meu,
Nem teu,  Zaqueu,
Teu ateu  hipócrita
com véu de mel
Que fez um escarcéu
Para chamar a atenção de Jesus!

Hoje, agora é tempo;
Logo, lógico, é ser;
Porém não no “logos”
Que é tão-somente
Seu dizer no vácuo
Do vocábulo que exprime
O pensamento em signos.
Entrementes não é
Senão  voz aveludada,
Ciciada, sussurrada ou em grita
De profeta furibundo
Rasgando túnica, céus e terras
Na representação
Da ira do Senhor
Contra a iniqüidade humana,
Esse opróbrio a vergar o tempo,
Tal o peso em onça
E  em calado de navio.

Antes do ser
Que medrou em mim
Não chovia tempo,
Não havia ser;
Depois de mim
Não haverá ser
Dentro de mim,
Nem nas crisálidas,
Falenas...
Porquanto o rio de Heráclito,
Rio crítico,
Terá passado
E grafado marcas fósseis
Ao imprimir o corpo
Onde havia um ser
Que não será mais
Que um geóglifo
Ou petróglifo
Ou hieróglifo
A listar linhagens de faraós
Ou marcas indeléveis de felás.

Não espero o tempo
Sou o tempo
E meu corpo extenso
Vai pela terra em latifúndio
Enquanto meu coração late fundo.
Não  acho
Nem sombra de molécula minha ( e doura!)
no tempo que passou por ontem
e não é nada hoje.
Assim é o tempo que ainda não é : o futuro;
Tempo imaginado e construído
Por arquitetos de abantesmas
E engenheiros  da usina do avantesma
Com materiais de fantasmas
Que não têm nem mais asma
Que os incomode na ode da cova rasa.

( Anteprojeto de “Leis para avantesmas em travessia pelo caminhos dos marimbondos oblongos com Queda Para Amar Imensamente o Mar imenso de Omar e outros mares que estão para peixe-espada aqui e onde tem buritis: Veredas”).
 
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